Março de 2021: O relatório “Investing in CEE: Inbound M&A Report 2020/2021” oferece uma visão geral da atividade de M&A de inbound na região ECL ao longo de 2020 e olha para os desafios e oportunidades nos próximos meses.
O valor das transações na região ECL aumentou 11% para 49,2 mil milhões de euros, face a 2019, pese embora o número de transações tenha diminuído 16%, para um total de 648 transações. Esta subida do valor dos negócios, apesar da pandemia global, destaca o apelo duradouro da região para os investidores interessados em big-ticket deals. Sem incluir a Rússia, a maior economia da região, os valores do valor do negócio registados em 2020 registaram um aumento homólogo de 28%.
Os investidores internacionais continuam a ser atraídos pela região, representando 49% do valor total do negócio – com um investimento de 23,9 mil milhões de euros - em linha com os anos anteriores. Fabrice Demarigny, Global Head de Financial Advisory da Mazars, destaca que "a nível global, o quadro da ECL é de estabilidade. A região continua a atrair um fluxo forte e constante de investimento de inbound de todo o mundo."
Os private equity mantiveram-se extremamente ativos em 2020, com um total de aquisições divulgadas na região a registar um aumento homólogo de 40% para 3,9 mil milhões de euros. As vendas de private equity também se mantiveram positivas, registando um valor total divulgado a ascender a 8,1 mil milhões de euros, um aumento de 11% em relação a 2019.
À medida que as vacinas Covid-19 continuam a ser disponibilizadas, espera-se que a segunda metade de 2021 ofereça um ambiente de negociação mais estável. No entanto, os riscos de novas vagas do vírus, as disputas internacionais e os choques económicos inesperados são sempre fatores a ter em consideração.
Ainda assim, Michel Kiviatkowski, líder de Consultoria Financeira da Mazars na ECL, aponta para um ano positivo para a região, "tendo resistido tão bem a 2020, e com as suas vantagens competitivas cada vez mais evidentes, a ECL está bem posicionada para ser um dos centros globais de M&A".
"A Covid-19 está, na verdade, a criar mais oportunidades para os investidores de private equity e financeiros, porque geralmente têm liquidez suficiente e recursos de RH para realizar aquisições", explica Lukáš Hruboė, chefe dos serviços de Consultoria de Transações da Mazars na República Checa.
Uma comparação com a realidade do mercado nacional permite perceber que “apesar de no exercício de 2020 se ter verificado um ligeiro arrefecimento da atividade de M&A, registaram-se neste período operações muito relevantes em termos de valor. Serão os sectores que revelaram resiliência na crise, que apresentam rentabilidades interessantes e, sobretudo, margem para crescimento – exemplo da tecnologia, energias renováveis e luxo – e outros com potencial, mas que se encontram muito alavancados, com destaque para o sector hoteleiro, os que se apresentam como mais apetecíveis”, aponta Celso Fernandes, Financial Advisory Senior Manager da Mazars em Portugal.
Outras conclusões do relatório:
Quatro países continuam a dominar o mercado. Os quatro principais países em termos de valor de negócio permaneceram os mesmos de 2019 – Rússia, Polónia, República Checa e Áustria. O maior mercado da região, a Rússia, foi responsável por quatro das dez maiores transações do ano. Entretanto, o maior negócio do ano teve lugar na Áustria, o mais afluente dos mercados da ECL. Este acordo viu a petrolífera austríaca OMV aumentar a sua participação na petroquímica Borealis de 36% para 75% para 5,712 mil milhões de euros.
O sector tecnológico prospera na pandemia. O maior número de transações de inbound na região ECL foi sustentado em tecnologia, atingindo um total de 57 transações no valor de 2,5 mil milhões de euros – um aumento homólogo de 12% em volume e 34% em valor. Em termos de valor de inbound, a energia e os serviços públicos mantiveram-se no topo, representando 9,1 mil milhões de euros – um aumento de 20% em termos homólogos.
Os acordos intrarregionais estão a aumentar. As transações transfronteiriças na região cresceram 13% do valor global, acima dos 6% de 2019 – o nível mais alto dos últimos cinco anos.