Resiliência apesar da Covid-19: Novo barómetro anual da Mazars mostra executivos C-level otimistas em relação ao futuro
• Tendências económicas e tecnológicas deverão ter maior impacto no negócio nos próximos 3-5 anos; empresas confiantes na sua capacidade de resposta
• Mudança para investimentos a longo-prazo sugere que as organizações se estão a preparar para fazer reset
Lisboa, fevereiro de 2021: A Mazars, firma internacional de auditoria, fiscalidade e consultoria, lança o seu novo barómetro “Mazars 2020 C-suite”, um relatório abrangente das visões e perspetivas dos líderes empresariais para 2021, baseado em insights de mais de 500 líderes C-suite de todo o mundo.
“O nosso primeiro barómetro C-suite, que recolheu a visão de líderes empresariais de todo o mundo durante a segunda metade de 2020, tem como objetivo disponibilizar conhecimento para ajudar as empresas e outros stakeholders a compreender melhor este momento histórico”, afirma Hervé Hélias, CEO e Presidente da Mazars, “Exploramos o que as empresas têm vindo a fazer, de que modo a pandemia afetou os seus pontos de vista relativamente às prioridades a curto e longo-prazo, o que pretendem fazer, as transformações esperadas, entre outros. Esta crise afetou-nos a todos e é encorajador ver que a maioria das empresas se mostra positiva relativamente aos seus níveis de faturação em 2020, e que a generalidade espera crescer em 2021”, acrescenta Hervé Hélias.
Otimismo surpreendente
A pesquisa, realizada no terceiro trimestre de 2020, mostrou que as empresas estão, de um modo geral, otimistas em relação ao futuro. Apesar do ambiente difícil, a maioria (58%) prevê terminar 2020 com receitas superiores às obtidas em 2019. E no que diz respeito a 2021, os gestores foram ainda mais positivos: 71% esperam rendimentos superiores aos de 2020.
Números que não anulam o cenário menos positivo: o impacto da crise causada pela Covid-19 é evidente nos 35% que disseram que as suas receitas vão ser mais baixas que em 2019. O relatório também revela uma perspetiva mais negativa entre 40 dos entrevistados adicionais, através de um pulse survey, no quarto trimestre de 2020, com mais executivos preocupados com a quebra da sua receita em 2021.
Os entrevistados da América Latina são quem tem a perspetiva mais otimista: 91% dizem que têm uma visão positiva do crescimento em 2021, bem acima da média global de 71%.
Olhando para o futuro, os líderes empresariais preveem que as tendências económicas e relacionadas com a tecnologia terão o maior impacto no seu negócio. A boa notícia é que estão confiantes na sua capacidade de gerir estas tendências: 90% das empresas sentem-se preparadas para responder a tendências tecnológicas.
O risco das alterações climáticas
Apesar das mudanças climáticas estarem cada vez mais presentes na agenda dos media, reguladores e opinião pública, apenas 20% dos entrevistados afirmam esperar que esta tendência seja a que tenha o maior impacto sobre o seu negócio: a percentagem mais baixa da lista. O valor é ligeiramente mais elevado entre as empresas na Europa Ocidental (25%), sugerindo que esta preocupação ocupa uma posição mais relevante na agenda executiva das organizações ali localizadas, mas é inferior a 20% na América Latina, África, Europa de Leste, Comunidade de Estados Independentes (CEI) euroasiática e EUA.
O risco climático é também a tendência com a qual os líderes se sentem menos confortáveis: 28% indicaram não estar confiantes na sua capacidade para responder a esta tendência, valor que compara com os 10% quanto a tendências em tecnologia e inovação.
Comentando estes resultados, Rudi Lang, Partner da Mazars diz que “as expectativas de governance, ética e responsabilidade social ou as alterações climáticas são um reflexo do que é comumente incluído no acrónimo ESG (Ambiental, Social e Governance). Acho que há um entendimento comum que as metas ESG impactarão os negócios em todos os setores, embora em graus variáveis. A minha previsão é que o peso dos ESG irá aumentar ao longo do tempo.”
Transformações de negócio significativas nos próximos 3 a 5 anos
Nos próximos três a cinco anos, os líderes empresariais esperam fazer várias transformações de negócio, incluindo transformações tecnológicas (50%), transformações relacionadas com a melhoria de desempenho (47%) e o desenvolvimento de novos serviços, mercados e modelos de negócio (46%). A transformação cultural foi considerada a mudança menos provável a nível organizacional, com 40%.
Preparados para um reset: a mudança para investimentos a longo-prazo
O relatório também explora se uma atividade gera mais impacto a curto-prazo (até um período de um ano) ou a longo-prazo (um ano ou mais). Atividades incluindo oportunidades de crescimento externas, estratégia corporativa e I&D/inovação são consideradas de longo-prazo e as atividades como a redução de efetivos, a resposta a necessidades imediatas de financiamento e a gestão de fornecedores classificadas como de curto-prazo. As opiniões variaram substancialmente, dependendo da dimensão da empresa, localização, setor de atividade e função. Por exemplo, entre os executivos dos setores automóvel, de produção industrial e serviços financeiros, a sustentabilidade está incluída nas atividades a longo-prazo, mas aqueles nos setores da tecnologia e telecomunicações consideram-na de relativo curto-prazo.
No cômputo geral, os executivos, especialmente em empresas lideradas por mulheres[1], pretendem transferir o seu foco para estratégias de investimento a longo-prazo, Isto é constatável em todas as regiões, exceto em África, especificamente na África do Sul, que espera um foco acrescido em atividades a curto-prazo, incluindo financiamento imediato e eficiência/redução de custos, e um foco relativamente reduzido em algumas atividades a longo-prazo, tais como a procura de talento e estratégia corporativa.
Mark Kennedy, Partner da Mazars, conclui que “realizamos esta pesquisa porque é fundamental para nós, como empresa de serviços profissionais, compreender o que está a acontecer no mercado e com os nossos clientes. Fiquei impressionado com o espírito positivo para este ano. Isso mostra que investir na resiliência nunca é um desperdício e deve estar no topo de qualquer agenda de negócio.”
[1] Empresas lideradas por mulheres referem-se a organizações em que mais de 50% dos principais decisores são mulheres.