Num contexto económico difícil, marcado pela crise energética, efeitos da guerra nas cadeias de abastecimento e escalada da inflação – com consequências na subida das taxas de juro – o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) surge como um impulsionador para a retoma. O PRR, nas suas dimensões de Resiliência, Transição Climática e Transição Digital, agirá como um elemento facilitador para a dinamização económica.
Pela experiência que a Mazars possui nesta tipologia de incentivos, em anteriores quadros comunitários e em setores de atividade transversais à economia portuguesa, a “pedra angular” continua a ser o plano de negócio.
Estruturar um bom business plan com as tradicionais métricas de avaliação de projetos plasmadas (VAL, TIR, payback, etc.) é um ponto de partida que confere desde logo robustez ao projeto de investimento.
Este business plan responderá, em grande medida, às necessidades de informação requeridas pelos formulários de candidatura a submeter, pois, para além de uma análise SWOT, formulação da estratégia a prosseguir e key drivers, esta contará também com uma dimensão financeira prospetiva, alicerçada em pressupostos de mercado, investimento, operacionais, económicos e financeiros.
Em suma, a viabilidade, independentemente da existência de um apoio financeiro (incentivo), é o que deverá nortear os projetos, devendo o apoio ser encarado como um prémio à iniciativa e dinâmica do investidor.
Importa garantir que o investimento projetado pelos investidores (alinhados com a estratégia da empresa) vai ao encontro dos objetivos e prioridades do aviso de concurso, num exercício de coerência global. Abarcar mais do que uma dimensão de investimento prevista no PRR será certamente um fator de valorização.
Em todos os sistemas de incentivos, e o PRR não é exceção, importa cuidar do cumprimento das condições de acesso e elegibilidade vertidas nos avisos de concurso.
Parece-nos também acertado realizar uma aferição da valia da operação de investimento. Em termos processuais as candidaturas são avaliadas tendo por base uma matriz de mérito, que ditará a hierarquização dos projetos a concurso. A realização de uma simulação de mérito (replicando a metodologia expressa nos avisos) permite antecipar expetativas, identificar pontos fortes e oportunidades de melhoria na formulação das intenções de investimento a submeter a concurso.