PRR em 2023 pode ser catalisador da assessoria financeira em Portugal
geopolítico e económico. Mas para 2023 é esperado dinamismo da atividade de M&A no segmento de mid-market.
Quais foram os negócios de assessoria financeira mais expressivos de 2022 e o que espera para 2023?
Em termos de assessoria financeira na Mazars, o exercício de 2022 apresentou uma componente mais vincada ao nível dos serviços de avaliação de empresas, operações de M&A e projetos de investimento em sectores que se revelaram mais resilientes em contexto pandémico. Contudo, o segundo semestre de 2022 foi marcado por alguma contenção por força dos aspetos conjunturais, designadamente, a guerra na Ucrânia, a escassez de matérias-primas, a crise energética, o escalar da inflação e o aumento das taxas de juro.
Com a perda de poder de compra por parte das famílias e o aumento expressivo dos custos de produção (além da escassez) para as empresas, é natural que as perspetivas para 2023 apontem para um desacelerar da economia.
Dada a existência de liquidez e de oportunidades, o mercado de fusões e aquisições deverá continuar dinâmico, mas mais seletivo, direcionado para targets (i) capazes de manter níveis de cash-flows estáveis, (ii) hábeis em preservar rentabilidade apesar dos efeitos da inflação e (iii) menos expostos a dívida. Do rol de sectores alvo deverão constar a energia, lazer, hotelaria e imobiliário.
Em 2023 espera-se uma alteração na configuração dos trabalhos de assessoria financeira, ganhando maior preponderância os trabalhos de reestruturação e recuperação de empresas – no contexto das mais alavancadas – bem como a consultoria em investimentos, com o suporte dos fundos europeus – designadamente do PRR e do Portugal 2030.
Na vanguarda dos motores de investimento e desenvolvimento estarão certamente a digitalização, inovação, qualificação, transição climática e sustentabilidade.