Práticas responsáveis na Banca
A Mazars divulga uma avaliação global sobre o modo como os bancos estão a incorporar a sustentabilidade nas suas práticas comerciais e aponta para a necessidade de integrar fatores ambientais, sociais e de governance.
Sob escrutínio estiveram entidades como o Barclays, BBVA, Citi, Credit Suisse, Santander e UBS, sendo que nenhum destes foi classificado como “excecional” – uma pontuação reservada às instituições financeiras com uma pontuação positiva em mais de 90% dos critérios analisados: cultura organizacional e governance, gestão de risco, processos de monitorização, reporting, targets, entre outros. Apesar de nenhum ter sido avaliado como “excelente” no que diz respeito à sustentabilidade, o relatório da Mazars mostra que alguns lideram já este caminho “com abordagens inovadoras que obtiveram uma pontuação elevada na maioria dos critérios analisados”.
E dá alguns exemplos: como o Barclays, que está a incorporar questões de direitos humanos no seu processo de due diligence de clientes; ou o Citi vai desenvolver um plano de ação ambiental e social como condição de financiamento quando existirem lacunas nos padrões internacionais e nas práticas ambientais e sociais de um cliente. Apesar de não ser um dos bancos avaliados, o estudo da Mazars faz igualmente referência à Goldman Sachs, que vai passar a aconselhar apenas as empresas em Oferta Pública Inicial (IPO) onde exista um Conselho de Administração diversificado que comprove o esforço realizado nesta área.
“Os reguladores esperam que o setor bancário desempenhe um papel fundamental no esforço de recuperação pós-Covid-19. Na Europa, encaram uma recuperação robusta como aquela que promove investimentos verdes e sustentáveis a longo-prazo, no sentido de garantir um futuro justo e resiliente para todos. Os resultados deste estudo mostram que alguns bancos estão a liderar o caminho, com a maioria a ter ainda algum trabalho a realizar para incorporar totalmente os fatores ESG nos seus processos de estratégia corporativa, governança e gestão de riscos”, disse Virginie Mennesson, responsável de Regulatory Affairs da Mazars no Reino Unido, em comunicado.
As conclusões do relatório “Responsible banking practices: benchmark study 2020” revelam também que apenas três dos 30 bancos avaliados demonstram ter já as melhores práticas numa ampla gama de fatores de sustentabilidade, com dez bancos a revelarem uma abordagem sustentável em apenas alguns dos fatores e mais de metade (17) a apresentarem uma “abordagem sustentável de carácter limitado na maioria dos fatores”.
O inquérito revela ainda que a maioria dos bancos adotou ou está a implementar padrões voluntários de relato sobre critérios ESG, mas a maioria (57%) ainda não integrou totalmente esses mesmos critérios nos seus processos de gestão de risco nem adotaram processos de medição qualitativos e quantitativos.
Paralelamente, a maioria dos bancos apoiaram estruturas de sustentabilidade e lançaram programas de responsabilidade social, mas a definição e divulgação de metas de sustentabilidade não é ainda uma prática comum. E apesar de todos os bancos avaliados oferecerem produtos ambientalmente responsáveis, apenas 43% desenvolvem uma oferta de produtos que endereça verdadeiramente questões socioeconómicas.
Para aumentar esta percentagem, a Mazars garante que práticas bancárias mais responsáveis podem ser alcançadas se os bancos integrarem os critérios ESG na sua estrutura de gestão de risco e os medirem de forma mais eficaz. O relatório conclui que a introdução de metas explícitas poderia ajudar os bancos a aumentarem as suas conquistas no que respeita a ESG. Apenas 27% possuem um conjunto específico e mensurável de objetivos socioeconómicos em conformidade com estruturas de sustentabilidade. Por outro lado, apenas 13% dos bancos avaliados praticam incentivos financeiros associados à sustentabilidade para os seus cargos de Direção.
“A Covid-19 reafirmou o papel positivo que o setor bancário pode desempenhar, trabalhando com governos e reguladores para manter a economia a funcionar. Estes resultados devem relembrar aos bancos que a crise é uma oportunidade para olharem além das prioridades imediatas, reavaliarem os seus objetivos e valores e usarem algumas das melhores práticas descritas no nosso relatório para incorporar realmente fatores ESG na tomada de decisões sobre investimentos para o bem dos negócios, dos seus clientes e da sociedade”, remata Leila Kamdem-Fotso, partner da Mazars, no mesmo comunicado.
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