A capacitação do talento como resposta aos desafios deste contexto que vivemos

O Contexto atual, com implicações na necessidade e velocidade de adaptação das pessoas e organizações, tem sido já analisado. É, no entanto, a esse nível, apenas um acelerar de uma tendência que já se tinha instalado desde o século XX. O mundo muda hoje muito mais rapidamente que anteriormente.

Por outro lado, uma das características competitivas, a que Darwin se referiu como adaptabilidade, é nos dias de hoje uma capacidade essencial dos indivíduos como das organizações.

Desta forma, torna-se evidente a correlação entre a gestão do talento e os desafios colocados pelo presente ambiente acelerador do surgimento de novas exigências, tornando-se também mais determinante e urgente capacitar os detentores de talentos das condições para o desenvolvimento e a aplicação prática dos mesmos, de forma necessariamente diferente da de alguns trimestres atrás. Essencial não apenas para a competitividade mas também para a perenidade das organizações.

Por outro lado, as diferentes características e ambições de diferentes gerações que existem simultaneamente tem vindo a evidenciar as diferentes posturas e ritmos a que se assistem na sociedade em geral mas em destaque no ambiente profissional. O interesse e busca por um número mais alargado de experiências profissionais e diferentes organizações provocou, naturalmente, uma significativa redução na duração das relações profissionais. Este é um dos grandes desafios resultantes no impacto na segurança e produtividade de tantas tarefas que são afetadas pela rotação e substituição de equipas.

No caso concreto da Mazars todas estas exigências surgem num contexto de crescimento que poderia reduzir a atenção às características individuais, aumentado ainda a dimensão do desafio presente. A preparação, de anos, foi neste caso decisiva, não em concreto para um cenário pandémico, mas para continuar a crescer, não só nos números, mas também no impacto na sociedade, e fazendo crescer connosco as pessoas que nos acompanham na nossa jornada.

O desenvolvimento profissional, e até certo ponto pessoal, está cada vez menos alicerçado nos formatos tradicionais de formação, mas sim na disponibilização de uma oferta alargada de conteúdos relacionados com competências técnicas, mas também pessoais e interpessoais, com acompanhamento cada vez mais próximo das necessidades e ambições individuais.

Muito antes da pandemia já tínhamos desenvolvido e disponibilizado uma solução digital com um conjunto muito alargado de conteúdos e formações que permitem que cada Mazariano possa desenvolver as suas competências, num cenário misto de iniciativa do próprio ou sugestão dos restantes membros da equipa que o acompanha. Desta forma, conseguimos disponibilizar de uma forma centralizada conteúdos desenvolvidos quer externamente por especialistas, quer internamente pelas equipas Mazars em todo o mundo, sobre temas relevantes e que ajudaram a maximizar a capacidade de adaptação.

O objetivo central passa pela disponibilização de um trajeto assistido de contínuo desenvolvimento que permitirá o reforço das competências de quem nos escolhe e que pretendemos que alicercem o seu desenvolvimento profissional, preferencialmente connosco, mas também nos mercados e atividades em que estamos presentes, numa lógica de responsabilidade pelo desenvolvimento de melhores profissionais e pessoas mais completas.

Desta forma, ficamos cada vez mais sólidos dado sermos mais atrativos, para conseguir a retenção de talento que reconhecerá o investimento e o foco no desenvolvimento permanente das nossas equipas, e que também acelerará condições para mais retenção e mais desenvolvimento na criação de novas.

Não tendo uma relação direta ou pelo menos imediata com a capacitação, o desenvolvimento de uma melhor divulgação e compreensão do nosso projeto e da nossa marca tem sido um aspeto que foi sujeito a uma importante atualização e clarificação. Consideramos decisivo criar todas as condições para a melhoria da atratividade como suporte para que a angariação de talento continue e que seja ela própria um acelerador para a retenção, dado que naturalmente quem quer evoluir deseja estar acompanhado com equipas desafiantes e que promovam os desafios diários que potenciam muitas vezes as descobertas, no nosso caso suportada na mobilidade entre atividades, escritórios e países.

Por último, é muito importante ter em consideração que não é possível manter talento no longo prazo com iniciativas de curto prazo. As equipas mais talentosas são também as mais exigentes em termos de feedback, de informação sobre os objetivos futuros, e principalmente na forma como se pretende alcançá-los, e têm muitas vezes a energia e inovação para sugerir novas formas de os atingir. De nada serve termos os melhores connosco se depois falhamos em lhes dar as melhores ferramentas e condições, e inviabilizamos a utilização do seu entusiasmo, energia e talento, não da forma que muitas vezes seria planeada, mas da forma que se torna mais eficiente numa perspetiva de longo prazo. Ou seja, é necessário que os líderes das organizações sejam eles próprios também adaptáveis.

In RH Magazine

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